terça-feira, 19 de maio de 2009

Ele é do sul: a alma (política) de um jornalista

Desde muito novo, João Silvestre apresentava alma política. Quando em 1992 ingressou na faculdade, não imaginava que um dia esse caminho iria ser o sustento de sua família.

Silvestre que já foi repórter do NH e JB, atualmente é assessor do líder do PDT na Assembléia Legislativa, Adroaldo Loureiro. Na sua estadia no jornal de Novo Hamburgo, o jornalista adquiriu sua maior experiência profissional, mas foi na editoria de cultura que percebeu que aquela não era a área que mais o interessava: ‘’Não era a minha praia, sempre tive dentro de mim questionamentos políticos, ’’ diz.

Em 2002, o jornalista saiu do NH para coordenar a campanha política de um deputado estadual. Um dos atrativos dessa nova jornada foi o salário, que era o dobro do que recebia no jornal. Como coordenador geral da campanha, controlava mais de 200 funcionários, serviço esse que o sobrecarregou e com a vitória de seu candidato abandonou a coordenação de campanhas políticas.

Silvestre acredita que através do cargo de assessor cria conceitos para o deputado, seja através de um blog, sendo citado numa comunidade do Orkut ou estando num jornal. Para ele é necessário que o político entenda o que é notícia.

O deputado deve estar com a pauta do dia, estando disponível e fácil de encontrar. O jornalista cita como exemplo, o deputado estadual Raul Pont (PT) que sempre apresenta uma informação pontual para os jornalistas, sendo uma fonte de notícia, mesmo que não seja mais o líder da bancada.

Silvestre acredita que hoje existe muito mais espaço para que os políticos possam mostrar seu trabalho, seja por meio dos blogs ou dos jornais do interior. Conforme o posicionamento que adota, o deputado vira notícia e o assessor deve estar atento para não ser pego de surpresa.

Um jornalista e suas visões

Marcelo Fleury, jornalista da Zero Hora, em sua palestra na Unisinos poderia ter se aprofundado muito mais em assuntos de interesse dos alunos. O jornalista deteve-se a contar os bastidores de suas viagens que renderam reportagens para o jornal no qual trabalha e que está presente no livro "45 Reportagens que Fizeram História". Mas também falou sobre assuntos importantes como a obrigatoriedade do diploma do curso do jornalismo, no qual diz ser contra. Para ele, a pessoa para ser jornalista deve escrever bem e isso é um ‘’dom’’ que ela pode ou não ter. Fleury, porém admite que caso isso ocorra, os veículos de comunicação ainda irão dar preferência para quem possui diploma.

Sobre a concorrência entre os jornais, o jornalista vê uma grande diferença entre São Paulo e o Rio Grande do Sul, pois na região Sudeste a concorrência é muita mais acirrada, o que estimula os jornalistas. Por várias vezes falou sobre como é seu trabalho na redação e diz não concordar com o ‘’bairrismo da Zero Hora’’.

Pode-se dizer que a palestra que tinha como objetivo divulgar o livro de comemoração dos 45 anos de Zero Hora, ocorreu apenas nos dez primeiros minutos, quando foi exibido um vídeo. Fleury ainda falou sobre assuntos como câmeras ocultas e internet, mas nada com aprofundamento.