terça-feira, 23 de junho de 2009

Caixa Preta: arte e consciência negra

Como um grito de liberdade, abrem-se as cortinas para o grupo de teatro gaúcho Caixa Preta. No palco, a luta é pela arte. No dia a dia, a luta é pelo espaço. Dados divulgados pela Organização das Nações Unidas (ONU), em setembro de 2008, apontam maior incidente de desemprego entre a população negra, especialmente as mulheres. Apesar dos índices de desemprego diminuírem, o Brasil ainda é um país desigual, oferecendo condições diferentes de trabalho e remuneração.



Para o diretor de teatro, Jessé Oliveira é necessário uma análise histórica e antropológica, já que no teatro, na televisão e no cinema os papéis reservados para os atores negros ainda são em sua maioria de subalternos.Valorizando referências de poetas como Castro Alves, surge em 2002, o grupo Caixa Preta pela iniciativa do diretor Jessé Oliveira. O objetivo do Caixa Preta é instrumentalizar atores negros e trazer em seus trabalhos questões pertinentes à sua formação de artista e de cidadão

sexta-feira, 19 de junho de 2009

A simplicidade (ou não) de amar

Rua das Andradas, centro de Porto Alegre. Passava das quatro horas da tarde e a rua era uma muvuca. Entre passos largos e pequenos um casal apaixonado fazia declarações de amor entre beijos e abraços. Eu que estava caminhando do lado desse casal me surpreendi com o conteúdo do diálogo, algo que variava entre ‘’Você é tudo pra mim’’ e ‘’Eu te amo pra todo o sempre. ’’ Falas que renderiam uma boa música para cantores como Fábio Jr. ou o grupo Roupa Nova.

Tudo bem admito. Eu gosto desse tipo de música. Quem nunca cantou ‘’demorei muito pra te encontrar, agora quero só você’’, mas naquele momento aquelas palavras açucaradas me remetiam a namoros frustrados. Quem nunca gostou a mais do que o namorado ou o contrário, ele era totalmente apaixonado e você não correspondia.

O certo é que o amor tem dessas coisas. Se é possível de se dizer, por vezes se ama demais quando deveria se amar de menos. Camões nos alertou: ‘’Amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói e não se sente, é um contentamento descontente, é uma dor que desatina a doer.’’
Vendo aquele casal, me surpreendi com o fato que cada vez mais cedo as pessoas começam a namorar. O medo da solidão é presente na vida de todos, porém não podemos esquecer que na maioria das vezes sofremos por esse sentimento, que nos dá alegria, mas é um misto de felicidade e tristeza, pois não se pode amar sozinho

sexta-feira, 12 de junho de 2009

A diferença que faz o bem

Quando uma criança nasce é motivo de muita expectativa para os pais e familiares, já que os sonhos não realizados pelos seus pais são depositados neste bebê que esta por nascer. Mas quando se descobre que esta criança é portadora da Síndrome de Down, os pais passam por um processo de adaptação, na qual ocorre uma "sobrecarga".

É importante primeiro entender o que é esta síndrome. O biólogo Rogério Borges explica que a Síndrome de Down é também conhecida como Trissomia do Cromossomo 21, pois há um excesso de material genético deste cromossomo, que ao invés de ter dois cromossomos 21, o portador da Síndrome de Down possui três. O nome desta síndrome surgiu do médico inglês John Langdon Down, que em 1886 descreveu pela primeira vez as características de uma criança com a Síndrome de Down.

Borges lembra que até algum tempo a Síndrome de Down era conhecida como mongolismo, pois como os portadores da síndrome possuíam pregas no canto dos olhos que lembravam as pessoas da raça mongólica (amarela).

A criança que possui necessidades especiais deve ser inserida na sociedade desde que nasce. Mas em primeiro lugar deve ser inserida na sua família, pois se isso não acontece fica difícil pensar em inclusão escolar e social. A psicóloga Daniela Alves diz que o bebê com a Síndrome de Down pode ser inserido na sociedade desde muito pequeno "quando frequenta os mesmos lugares que os outros bebês considerados normais".

A psicóloga salienta a importância do suporte psicológico à família, já que os pais na maioria das vezes ainda estão perplexos e o engajamento entre pais e filho é mais difícil, pois o bebê com a síndrome possui um potencial mais baixo para este engajamento. Os pais precisam em primeiro lugar serem escutados e terem um espaço para que seus sentimentos possam fluir. "Os tipos de trabalhos sugeridos aos pais são sessões de apoio e orientação, tornando-se ao longo do processo sessões de terapia familiar, que algumas vezes incluem o bebê", diz Alves.

Antes de tudo, os pais necessitam trabalhar seus (pré) conceitos, para que seu filho que convive com as regras e as normas de sua família possa incluir-se e adaptar-se de forma positiva na sociedade.